Tendências (digitais) no transporte marítimo em 2024: cinco tópicos que devem moldar o setor no futuro
Atrasos, tempos de resposta mais longos, escassez de materiais e trabalhadores e inflação: apenas alguns dos fatores que afetaram as operações de embarque no ano passado. A despeito das situações inibidoras, quais tópicos devem ser importantes para o nosso setor em 2024? Identificamos três tendências no transporte marítimo para 2024 que devem moldar o setor no futuro.
De acordo com a McKinsey, a busca por cadeias suprimentos ágeis continuará um tópico importante em 2024. O momento é de avanço, fortemente fomentado pela pandemia e seus desafios. A expectativa é que transportadoras e proprietários de empresas reajam com flexibilidade para colocar seus serviços no mercado e fazer embarques para seus clientes. Por isso, acredita-se que as cadeias de suprimentos ágeis chegaram para ficar e devem se expandir a cada dia.
Em linhas gerais, o termo se refere a soluções ao longo da cadeia de suprimentos que podem ser adaptadas, por exemplo, às mudanças nas necessidades do cliente ou nos requisitos do mercado e não precisam ser alteradas totalmente. Ajustar-se rapidamente a qualquer situação é, portanto, essencial para uma cadeia de suprimentos ágil. Para tornar as cadeias de suprimentos mais ágeis são usados, por exemplo, aplicativos de software na nuvem ou relacionados à Inteligência Artificial (IA). Essas soluções podem facilitar o planejamento de embarques ou análises e relatórios. Essa última pode ajudar a tornar os processos ágeis ainda mais eficientes.
Uma das muitas atividades neste âmbito na Hapag-Lloyd é a transferência das soluções online e móveis para um ambiente de nuvem. Ao fazer isso, conseguimos ser mais ágeis, flexíveis e eficientes na hora de aprimorar as soluções.
Além de inconvenientes para nós ou nossos clientes, atrasos no envio podem impactar negativamente os negócios de uma empresa — tanto do lado do fabricante quanto da transportadora. Uma pesquisa nos EUA mostrou que 76% dos consumidores reconsiderariam comprar de uma empresa novamente se tivessem uma experiência de entrega inaceitável. De fato, 62% dos compradores esperam que seus pedidos cheguem em menos de três dias úteis.
Por isso, para atender às necessidades do cliente em 2024, é essencial que as transportadoras tornem seus prazos de entrega o mais transparentes possível. Na Hapag-Lloyd, nossos clientes podem consultar seus embarques usando a solução Tracking ou o Navigator 2.0 no Online Business Suite em nosso site.
Diante das incontestáveis mudanças climáticas, tanto indivíduos quanto empresas precisam tomar medidas para conter seu avanço. Por isso, a sustentabilidade será ainda mais relevante para o setor de transporte marítimo no futuro e é muito mais do que apenas uma tendência em 2024.
Mas o que o transporte sustentável envolve exatamente? Um elemento do transporte sustentável, do ponto de vista tecnológico, é tornar as transportadoras o mais eficientes possível em termos de combustível e energia – ao mesmo tempo em que armazenam mercadorias a bordo da maneira mais eficaz. No que diz respeito a medidas operacionais, a redução da velocidade da embarcação (navegação lenta) pode ajudar a reduzir as emissões e aumentar a eficiência energética. Um terceiro campo seria a energia renovável: Ao desenvolver e implementar o uso de biocombustíveis ou energia eólica, as emissões e a poluição podem ser significativamente reduzidas.
Na Hapag-Lloyd, sustentabilidade é um tema presente em nossa estratégia geral, que visa total engajamento para a descarbonização do setor: reduzir a intensidade de carbono em 30% (EEOI) até 2030 e atingir zero emissões líquidas de carbono até 2045. Para dar início a essa empreitada, a Hapag-Lloyd, lançou sua primeira solução sustentável: o Ship Green. O Ship Green oferece a você uma troca de combustível para enviar suas cargas de forma mais favorável ao clima e evitar 100, 50 ou 25% das emissões causadas.
No momento, a IA pode ser encontrada praticamente em todos os lugares. Aplicativos como “ChatGPT” ou “Dall-E” estão dando o que falar. Muitas pessoas estão se divertindo com os comando enviados aos bots e se maravilhando com sua precisão e exatidão. Mas o que isso tem a ver com as tendências de transporte em 2024 — especialmente no que se refere à manutenção e redução de custos?
Os engenheiros, principalmente, têm usado equipamentos baseados em IA e algoritmos adaptativos para obter insights sobre as condições, sistemas e desempenho das embarcações. Combinados com a experiência humana, esses elementos de hardware e software podem, por exemplo, prever quando uma manutenção é necessária ou mesmo o que precisa ser feito para evitar danos, oferecendo à tripulação conselhos para melhorar o desempenho e a vida útil do maquinário. Os primeiros testes, conduzidos pela divisão MPA Shipping, por exemplo, utilizam uma mistura de dados em tempo real e modelos 3D em combinação com dispositivos de realidade virtual para criar gêmeos digitais para embarcações. O resultado esperado a longo prazo é uma operação de embarcações mais eficiente e uma abordagem de manutenção mais personalizada, capaz de reduzir custos significativamente.
Veículos autônomos estão nos sonhos mais loucos da humanidade desde 1800. Desde o ano passado, navios autônomos não são mais fruto da imaginação, mas uma realidade. Em 2022, o primeiro navio autopropulsado do mundo, o Yara Birkeland, partiu em sua viagem inaugural. A bordo: uma pequena tripulação de quatro membros para monitorar o desempenho e obter insights e aprendizados. Até agora, o Yara Birkeland está em operação na Noruega em algumas rotas de teste entre Brevik e Porsgrunn.
Mas não foram só as embarcações totalmente autônomas que ficaram maiores este ano: outras demonstrações usaram tecnologia de navegação autônoma em rebocadores para apresentar recursos de controle remoto e testar a prevenção de riscos. Esses testes devem comprovar a tecnologia, permitindo que seja aplicada em embarcações maiores, como navios usados em pesquisas offshore e navios mercantes.
Conclusão: o futuro é promissor; e é altamente provável que nesta década abramos novas portas com a ajuda de novas tecnologias, como IA e modelos preditivos.